Iniciação matemática para portadores de deficiências mentais - parte 13
Princípios que facilitam a aprendizagem e tornam o ensino mais proveitoso:
- Deixe que a criança experimente o sucesso.
- A criança deve saber quando respondeu corretamente, se a resposta estiver incorreta diga à criança, mas faça com que ela esteja a um passo de encontrar a resposta certa.
- Reforce as respostas corretas.
- Encontre o nível ideal para a criança trabalhar.
- Proceda de modo sistemático.
- Passe o mais lentamente possível de uma etapa para a outra.
- Proporcione transferência positiva de conhecimento de uma situação para outra.
- Repita as experiências o suficiente para desenvolver a superaprendizagem.
- Prefira espaçar as repetições do assunto no tempo a acumular as experiências nem curto espaço de tempo.
- Nos estágios iniciais de aprendizagem, associe constantemente um estímulo ou uma pista a uma e somente uma resposta.
- Motive a criança para um esforço maior.
- Limite o número de conceitos apresentados em qualquer período.
- Organize o assunto com dicas adequadas para chamar a atenção.
- Ofereça experiências de sucesso.
- Nunca esqueça que o maior desafio do educador de pessoas portadoras de deficiência mental, esta em se trabalhar auto-estima do educando.
Relatório da visita à APAE
Considerações...
Primeiramente, gostaríamos de agradecer à Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) pela receptividade e gentileza com as quais fomos recebidos. É indispensável comentar que o relato abaixo descrito apenas sintetiza as idéias que colhemos em nossa visita à instituição. Para a confecção deste, conversamos com vários profissionais dos mais diferentes setores: assistente social, psicóloga, educadoras, pedagogas. De forma alguma conseguiríamos expressar nossa satisfação em acompanhar, mesmo que apenas durante uma visita, o belo e importante trabalho por toda uma equipe realizado.
A instituição...
A instituição conta com o trabalho interdisciplinar de uma equipe formada por educadores, assistente social, pedagogos, psicólogos, psiquiatras, médicos, dentistas, fonoaudiólogo e demais funcionários (inclusive, dois destes funcionários são ex-alunos da escola).
A escola possui um amplo espaço físico e dispõe de diversas oficinas oferecidas a alunos (jovens e adultos) para que possam desenvolver habilidades úteis em sua formação profissional.
OFICINA DO PAPEL – consiste no trabalho com papel reciclado. O aluno participa de todo processo da reciclagem, alem de aprender novas técnicas tais como mistura de materiais orgânicos (casca de banana, cebola...) neste mesmo processo. O papel por eles fabricado é utilizado na confecção de outros materiais como cartões, agendas, risque-rabisque e porta canetas os quais são vendidos posteriormente (estes produtos também são confeccionados por alunos da APAE).
MARCENARIA – os alunos constroem móveis de várias espécies. Pudemos observar a montagem de uma cama e vários bancos. Intuitivamente, os alunos se utilizam de diversos conceitos geométricos (ângulos, medidas...).
OFICINA DO PÃO – consiste numa cozinha onde os alunos são os chefes. A professora orienta o trabalho ao passo que eles cozinham, lavam louça, fazem compras (feira). Através deste trabalho a professora começou a introduzir conceito de medidas e organizou junto com os alunos regras e um quadro de horários de trabalho (cada aluno é responsável pela limpeza do ambiente em determinado dia da semana). Esta oficina propicia o aprendizado matemático através de atividades cotidianas: medida dos ingredientes numa receita, relações de compra e venda.
LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA – possui programas e homepages direcionados à matemática e às diversas áreas do conhecimento. Funciona como complementação do trabalho realizado em sala de aula (nas etapas). Os professores de informática, assim como todos os outros professores da escola, passaram por um processo de especialização.
SALA DE CONVIVÊNCIA – funciona como uma brinquedoteca. É um espaço destinado à socialização onde se encontram brinquedos, fantasias, televisão e vídeo, aparelho de som, livros, enfim.
SALAS DE AULA – classes dispostas em um único grupo. É onde são desenvolvidas as etapas de alfabetização (são 5 etapas) e a avaliação se dá semestralmente. As salas possuem cartazes grandes e coloridos para chamar a atenção dos alunos.
SALA DE ESTIMULAÇÃO PRECOCE – funciona como uma sala de fisioterapia, onde os bebês são estimulados fisicamente e sensorialmente, podendo ou não permanecer na escola.
SALA DE ATENDIMENTO ESPECIALIZADO – possui um espaço com brinquedos como bola gigante que auxiliam no desenvolvimento motor da criança que possui apenas movimentos básicos de sobrevivência (quase vegetais), na concentração das crianças hiperativas e na socialização.
Os recursos utilizados pelos educadores a fim de atender às necessidades especiais dos alunos variam conforme forem estas necessidades: o aluno ingressa na instituição passando, inicialmente, por um período de adaptação onde serão observados sua capacidade de socialização e outros fatores. Caso o aluno “não consiga” socializar-se, será direcionado a um atendimento especializado e individual, para que possa, assim como os outros, participar das diversas etapas de aprendizado oferecidas pela instituição. De sorte que o ambiente de atendimento individual procura propiciar ao aluno (geralmente hiperativo) um desenvolvimento gradativo de socialização, podendo (re)ingressar nas turmas “padrão”.
A estrutura da escola é adequada às necessidades dos seus alunos. O número de alunos por turma é reduzido, com no máximo oito alunos por turma.