Você está em Ajuda > Artigos

Código e Arte: A Etnomatemática dos Incas (página 3)

Conclusão

Um quipu pode constituir-se de poucas cordas, como três, ou de muitas, como duas mil e pode ter algum ou todos os tipos de cordas descritos neste trabalho. Os quipucamayocs (FIGURA 3), espécie de escribas, registravam as colheitas, os impostos e, até mesmo a história inca, nos quipus.

É evidente que um quipu era inteligível somente para o quipucamayoc que o fez, ou para quem houvesse transmitido oralmente o significado de cada uma das cordas e seus respectivos nós.


FIGURA 3

Os quipucamayocs possuíam grande conhecimento matemático para poder construir, interpretar e transmitir as informações contidas nos quipus. Os quipus permitiam registrar qualquer informação de interesse Inca, sendo usado como uma espécie de banco de dados e não como calculadora.

O armazenamento de grande quantidade de dados em quipus poderia, certamente, ter servido como uma forma de escrita, e tal uso explicaria, parcialmente, a falta de evidentes formas familiares de escrita.

Agradecimentos

Agradeço ao Prof. Dr. Geraldo Perez pela orientação, ao Prof. Dr. Ubiratan D’Ambrosio pelos ensinamentos e ao Prof. Dr. Marcelo de Carvalho Borba pela iniciação em etnomatemática. À UNESP pela bolsa concedida.

Bibliografia

ACEVEDO, C.L.H. La yupana incaica: elemento histórico como instrumento pedagógico. In: NOBRE, S.R. (org.). Reunião do grupo internacional de estudos sobre relações entre história e pedagogia da matemática, 1994, Blumenau. Proceedings. Blumenau: AMS-TEX, 1994. p.77-89.

ASCHER, M., ASCHER, R. Code of the Quipu: A study in media, mathematics, and culture. Ann Arbor: University of Michigan Press, 1981. p.1-79.

D’AMBROSIO, U. Etnomatemática: Arte ou técnica de explicar e conhecer. 4. ed. São Paulo: Ática, 1998. 88p.(Fundamentos, 74). 

_______ . A História da Matemática: Questões historiográficas e políticas e reflexos na Educação Matemática. In: BICUDO, M.A.V. (org.). Pesquisa em Educação Matemática: Concepções e perspectivas. São Paulo: Ed. UNESP, 1999. p. 97-115. 

de LEÓN, P.C. Grandeza de los Incas. México, D.F.: Fondo de Cultura Económica, 1997. 79p.

EVES, H. Introdução à história da matemática. Campinas: UNICAMP, 1995. p. 25-51.

FERREIRA, E.S. Etnomatemática: Uma proposta metodológica. Rio de Janeiro: MEM/USU, 1997. 101p. (Reflexão em Educação Matemática, 3).

FOMIN, S. Sistemas de numeração. São Paulo: Atual, 1995. 41p.

JOSEPH, G.G. La cresta del Pavo Real: Las matemáticas y sus raíces no europeas. Madrid: Pirámide, 1996. p. 23-93.

URTON, G. The social life of numbers: A quechua ontology of numbers and philosophy of arithmetic. Austin: University of Texas Press, 1997. 267p.

Monia Andreia Tomieiro Bueno
Departamento de Matemática
Instituto de Geociências e Ciências Exatas, UNESP
CEP 13506-700, Caixa Postal 178
Rio Claro, SP, Brasil

<< Página anterior

Como referenciar: "Código e Arte: A Etnomatemática dos Incas" em Só Matemática. Virtuous Tecnologia da Informação, 1998-2024. Consultado em 08/05/2024 às 10:57. Disponível na Internet em https://www.somatematica.com.br/artigos/a7/p3.php

Curso on-line do Só Matemática

Coleção completa das videoaulas do Só Matemática para assistir on-line + exercícios em PDF sobre todos os assuntos, com respostas. Clique aqui para saber mais e adquirir.