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O matemático e o Jogo Exterior II

T5JE: a imaginação tempo cancela qualquer realidade
subjacente a qualquer imaginação de existência.
O matemático e o Jogo Exterior I

É uma imaginação surpreendente. O tempo é um custo imanente que a psique paga por sua auto consciência. Esta implica em consciência e consciência implica em imaginação de coisa que existe, isto é, em imaginação de realidade. O matemático do JVI cria a imaginação da decifração ou decodificação do ser das coisas da realidade. Imagina, então, o problema difícil de selecionar coisas conhecidas para servirem de modelo para as coisas ainda desconhecidas.A dificuldade está no fato de que não existem coisas já conhecidas. Quando René Descartes imaginou a "coisa pensante" ele não decifrou nem decodificou o seu ser. A coisa pensante não foi decifrada nem decodificada no sentido de revelar o que ela é em si mesma, isto é, sua estrutura não foi descrita nem explicada em detalhes para que pudéssemos dizer "agora sabemos exatamente o que é a coisa pensante". Nem seria possível porque isto demandaria imaginações anteriores fidedignas de coisas da realidade que servissem de parâmetros para realizar a nova coisa.
 
O matemático do JVI não se convence da realidade da coisa pensante. O T5JE demonstra que coisa pensante, assim como qualquer outra coisa, não pode existir em si mesma porque coisas são anuladas pela imaginação tempo. O "cogito ergo sum" de René Descartes pode ser substituído pela imaginação "imagino, logo imagino a possibilidade de imaginar a existência". O matemático do JVI não imagina que "existe". Ele imagina a possibilidade de imaginação da existência. Há uma diferença radical de imaginação. Toma, então, meticulosamente algumas imaginações como fundamentais e tenta deduzir pela matemática as imaginações de coisas reais.Se esta imaginação estiver em um bom caminho lógico, então deve haver outras imaginações com grande poder de anulação, de existências criadas pela auto consciência, análogas à imaginação tempo. O matemático do JVI imagina, então, inspirado por esta imaginação, que a ciência não tem sido outra coisa que não uma imaginação que anula as imaginações de existência da auto consciência. Isto é, toda vez que a auto consciência concentra-se em "uma coisa" e tenta decifrá-la e decodificá-la imaginando o que ela é em si mesma, a ciência prova que esta "coisa" não existe propriamente. Quando a própria ciência imagina, então, o que é precisamente a coisa aparente à auto consciência, ela produz uma imaginação cuja realidade subjacente só existe se a psique criar a imaginação "de que ela existe" de alguma forma. Por exemplo, o elétron não está em algum lugar definido; ele está provavelmente em algum ponto de uma região do espaço. Este ponto nunca será determinado. A auto consciência cria a imaginação de que ele está em algum ponto. Aliás, pontos não existem como coisas em si em lugar nenhum, nem na geometria, nem na realidade; são imaginações apenas.
 
O mundo subatômico é um mundo de aparências de possibilidades. Não existem, de fato, em si, "coisas subatômicas" que se deixam decifrar ou decodificar como realidade absoluta independente das imaginações da psique. Por exemplo, o elétron é uma imaginação das possibilidades de imaginação de coisas subatômicas. Uma possibilidade de imaginação é a partícula elétron, outra possibilidade é a onda elétron. Ninguém admitiria que é homem e mulher dependendo da maneira como é observado, mas no mundo subatômico este tipo de dissonância cognitiva é admitido.
 
A imaginação das possibilidades de elétron contém as possibilidades de imaginação velocidade e imaginação posição. Quando a psique aumenta a energia da imaginação velocidade, a energia da imaginação posição diminui. Isto não é por acaso para o matemático do JVI. A psique não tem o poder de criar existências. A psique pode apenas produzir imaginações e o faz em profusão, mas não é capaz de criar existências. Se ela pudesse sempre aumentar a energia da imaginação de todas as imaginações características de uma coisa, então ela teria o poder de processar a criação desta coisa à medida que fosse imaginando cada vez melhor o ser em si da coisa. O processamento da criação seria convergente e, portanto, acabaria por existir o ponto de convergência do processo. O matemático do JVI não se surpreende com esta imaginação uma vez que em Matemática são produzidas imaginações análogas. Os axiomas e postulados são imaginações que evitam que a psique enverede em um processamento não convergente de criação de um objeto matemático. Portanto, a não convergência de processamentos de criação de coisas em Matemática é a razão dos axiomas e postulados como pontos de partida. Em outras palavras, o mundo da Matemática é um mundo hipotético, não tem existência. Analogamente, o mundo real que a ciência imagina é hipotético, e jamais será decifrado ou decodificado em seu ser em si porque a psique não tem o poder de criar existências. Carl Popper nos legou um brilhante insight ao transmitir-nos a imaginação de que teorias e experimentos não provam a existência de coisa nenhuma. Teorias e experimentos apenas desmascaram imaginações insustentáveis em algum sentido ou dão algum fôlego a mais para uma imaginação não a anulando por enquanto. O matemático do JVI imagina, então, uma imaginação que generaliza a profunda imaginação de Popper. Teorias
são sempre apenas imaginações. Como a não existência é a única realidade estável e perene, deve haver algum indício da eterna "fraqueza diante da realidade" das teorias científicas.
O matemático do JVI imagina como indício a ignorância crescente da psique acerca da realidade que ela própria inventou. De fato, as teorias científicas proliferam-se em profusão justamente porque a ignorância da psique em relação à realidade aumenta cada vez mais.
 
O matemático do JVI imagina, surpreso, que o conhecimento científico aumenta, mas o desconhecimento aumenta muito mais. As dificuldades da ciência são imaginações que exigem cada vez mais energia para serem dissipadas. A criatividade é imaginação de alto grau energético e cada vez mais seu poder diminui diante de maior ignorância científica. Por exemplo, a imaginação dificuldade em unir a mecânica quântica com a teoria da relatividade é maior que qualquer imaginação dificuldade anterior em elaborar ambas.
 
A imaginação dificuldade em combater vírus e bactérias mutantes é maior que qualquer dificuldade anterior em descobrí-los e em combatê-los pela primeira vez. Depois de um esforço enorme em 2.000 anos de Matemática e Física, os astrofísicos passam a imaginar que a matéria constitui apenas 4 % do universo observável. Depois de tanto conhecimento biológico, a psique cria a imaginação de que a vida é uma "gambiarra da biosfera" e a imaginação homo sapiens sapiens é um acidente adaptativo integrado na reação de um planeta à pressão infernal da estrela mais próxima. Desse modo, o tempo tem um importante companheiro de anulação de existências, a saber, a própria atitude da auto consciência em criar imaginações de aproximação crescente do ser em si da realidade que ela mesma inventou.

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