Você está em Ajuda > Artigos

Iniciação matemática para portadores de deficiências mentais - parte 3

1.2. A Matemática no contexto da educação dos Deficientes Mentais Educáveis

As crianças deficientes mentais não têm um bom desempenho num componente principal do comportamento intelectual, a memória. Um dos fatores que influencia a memória é a capacidade de prestar atenção, de ficar alerta. A menos que o aluno mantenha a atenção na tarefa que está desenvolvendo, ele terá dificuldade em aprender, seja ou não deficiente. Muitos acreditam que esta falta de atenção pode ser decorrente do fracasso progressivo nas tarefas acadêmicas, que acarretaria um desânimo e um desgosto em faze-las. Desta forma, um desafio para o professor é o de fazer com que os alunos deficientes mentais se concentrem em suas lições.

A primeira meta para o deficiente mental educável será ajuda-lo a desenvolver a independência tanto quanto qualquer outra criança, até que se torne capaz de agir economicamente como uma pessoa independente na comunidade, em vez de ser um peso econômico para a família e a comunidade. A criança retardada é socialmente marginal. Sua incompetência fica demonstrada quando as tarefas envolvem relações espaciais, temporais e numéricas. A natureza das tarefas sugeridas para aumentar a competência dependerá da criança e da família.

Nesse sentido, a matemática servirá como peça chave no processo de apreendência: A criança em idade escolar aprende a usar o dinheiro. Existem algumas formas de desenvolver a capacidade de lidar com o dinheiro em crianças de aprendizagem lenta como, por exemplo, permitir que paguem o almoço, dar-lhes algum dinheiro para ser usado como quiserem e ajudá-las a contar o dinheiro.

1.3. Adaptações educacionais para os alunos deficientes mentais educáveis

Em termos de conteúdo é preciso dar maior ênfase nas experiências concretas e “à mão” para se equipararem às limitações cognitivas especiais. Enfatizam-se as experiências práticas de trabalho e de aprendizagem sobre o lar e a comunidade. Em termos de Habilidades é muito importante dar-se ênfase no comportamento de cooperação, compreensão dos próprios sentimentos e dos outros, pontualidade, etc. As escolas devem procurar incluir as crianças deficientes mentais à sociedade tanto quanto possível.

2. Deficientes Mentais Treináveis

2.1. Definição

Define-se a criança deficiente mental treinável como aquela que tem dificuldades em: (a) aprender as habilidades acadêmicas a qualquer nível funcional. (b) desenvolver independência total a nível adulto, sustentar-se se supervisão ou ajuda. A pessoa treinável é capaz de conseguir: (A) capacidade de cuidar de si própria (como se vestir, despir-se, usar o toalete e alimentar-se); (B) capacidade de se proteger de perigos comuns no lar, na escola e na vizinhança; (C) ajustamento social ao lar e à vizinhança (aprender a compartilhar, respeitar direitos de propriedade e cooperar numa unidade familiar e comunitária); (D) utilidade econômica no lar e na vizinhança, auxiliando em tarefas em casa, trabalhando em ambientes especiais ou mesmo em trabalhos rotineiros, sob supervisão.

Continua após a publicidade

Na maioria dos casos, estas crianças são identificadas como deficientes durante seus primeiros anos de vida. A deficiência é geralmente notada devido a estigmas, desvios físicos ou clínicos da criança ou por demorar em aprender a falar e andar. As crianças quando possuem algum estigma físico aparente poderão encontrar dificuldade em estabelecer uma boa auto-estima por causa da imagem deficiente do próprio corpo.

2.2. A Matemática no contexto da educação dos Deficientes Mentais Treináveis

As crianças treináveis não aprendem a aritmética formal apresentada nas séries primárias. Podem, entretanto, aprender alguns conceitos quantitativos, tais como mais e menos, pequeno e grande e o vocabulário elementar do pensamento quantitativo. Pode-se ensina-las a contar até dez e identificar quantias em pequenos grupos. As crianças mais velhas podem aprender a escrever números de um a dez, e algumas, então, podem aprender o conceito de tempo, principalmente a sequência de atividades durante o dia, a hora marcada no relógio e possivelmente uma compreensão elementar do calendário. Algumas podem reconhecer e lembrar números de telefone, sua idade e alguns conceitos simples de dinheiro. Em geral, a aritmética ensinada se relaciona à vida diária.

O objetivo educacional máximo é a independência e o programa educacional gira em torno desse objetivo. Entretanto, a independência completa é altamente improvável para a maioria das crianças deficientes mentais treináveis. Portanto, o objetivo do programa educacional torna-se treinar a criança para enfrentar, num estado limitado de dependência, (problemas de ajuda e cuidados pessoais de utilidade econômica e de ajustamento social no lar e na vizinhança ou em um ambiente resguardado).

<< Página anterior     Próxima página >>

Como referenciar: "Iniciação matemática para portadores de deficiências mentais" em Só Matemática. Virtuous Tecnologia da Informação, 1998-2024. Consultado em 20/04/2024 às 12:32. Disponível na Internet em https://www.somatematica.com.br/artigos/a15/p3.php

Curso on-line do Só Matemática

Coleção completa das videoaulas do Só Matemática para assistir on-line + exercícios em PDF sobre todos os assuntos, com respostas. Clique aqui para saber mais e adquirir.